Total de visualizações de página

sábado, 23 de outubro de 2010

Tempo...

(...) - Todas as manhãs, ao acordar, eles lhe dariam um crédito de 86.400 dólares, com a única condição de gastá-los durante o dia. O saldo não usado seria tomado de volta quando você fosse dormir, mas essa dádiva do céu ou o jogo poderia ser interrompido a qualquer momento, entendeu? Então, a pergunta é: o que faria se isso acontecesse com você?
Ele respondeu, espontaneamente, que gastaria cada dólar para fazer tudo o que lhe desse prazer e para dar presentes às pessoas de quem gostava. Usaria cada centavo dado por "esse banco mágico" para tornar feliz a própria vida e a daqueles que o cercavam.
- E aliás, até a de quem não conheço, porque não acho que pudesse gastar comigo e com os que me estão próximos 86.400 dólares por dia. Mas aonde quer chegar?
Ela respondeu:
- Todos nós temos esse banco mágico: é o tempo! A cornucópia dos segundos que se desafiam!
Todas as manhãs, ao acordar, recebemos um crédito de 86.400 segundos de vida para aquele dia, e quando vamos dormir à noite não há transporte dessa quantia. O que não foi vivido naquele dia está perdido, o ontem acabou de passar. Todas as manhãs essa magia recomeça, ganhamos um novo crédito de 86.400 segundos de vida e essa regra do jogo é incontornável: o banco pode fechar nossa conta a qualquer momento, sem aviso prévio; a qualquer hora nossa vida pode ser interrompida. E o que fazemos dos nossos 86.400 segundos cotidianos?
- Os segundos de vida não são bem mais importantes do que dólares?
 Desde o acidente, cada dia mais ela via como eram poucas as pessoas que percebiam como o tempo deve ser contado e apreciado. Ela explicou as conclusões da duas história:
- Você quer entender o que é um ano de vida: pergunte a um estudante que acabou de ser reprovado no exame de fim de ano. Um mês de vida: fale com a mãe que acabou de dar á luz um bebê prematuro e que está esperando que ele saia da incubadora para segurar o bebê nos braços, são e salvo. Uma semana: pergunte a um homem que trabalha numa fábrica ou numa mina par alimentar a família. Um dia: pergunte a duas pessoas loucamente apaixonadas que estão esperando para se encontrar. Uma hora: pergunte a um claustrófobo, preso num elevador quebrado. Um segundo: olhe a expressão de um homem que acabou de escapar de um acidente de carro, e um milésimo de segundo: pergunte ao atleta que acabou de ganhar a medalha de prata e não a medalha de ouro pela qual treinou durante toda a sua vida.(...)

(trecho de "E se fosse verdade...", de Marc Levy)

Um comentário: